terça-feira, 27 de setembro de 2011

Palestra para pesquisadores do CRIAR

O lado bom da gente envelhecer é que as experiências vão se acumulando e a gente desenvolve a capacidade de se sentir em casa em qualquer ambiente... semana passada, fui para Bento Gonçalves palestrar para o CRIAR - Clube de Relacionamento e Inovações Arysta LifeScience, a convite do João Miyasaki. Falamos sobre Defesa Vegetal, pragas quarentenárias, agrotóxicos... o CRIAR é um grupo formado por cerca de 20 pesquisadores das áreas de Entomologia, Fitopatologia e Plantas Daninhas, que se reúne periodicamente para discutir novas tendências e novas tecnologias. Alguns eu já conhecia de congressos de Entomologia, reuniões técnicas (Rui Furiatti), conferência de Defesa Agropecuária (Davi Jaccoud) ou livros (Beriam)... então, foi como voltar para casa - Serra Gaúcha, agrotóxicos, Arysta, pragas, tudo soava muito muito familiar...

sábado, 24 de setembro de 2011

Arranjando pulgas prá me coçar



Se você frequenta este blog, já deve ter percebido que tenho vários hobbies... trabalhar, viajar , comer e... digamos que a mais material de todas... colecionar peças de artesanato. Adoro o ambiente de feiras e negociar com os artesãos, conhecer técnicas, barganhar... Desde há muito tempo coleciono peças feitas a mão dos não poucos lugares pelos quais passei.

Ou colecionava... é... no pretérito mesmo... porque chegou um momento em que, de tanto viajar, as paredes do apartamento de dois quartos onde moro acabaram... e então substituí as portas por cortinas (todas feitas por mim) para liberar perto de dois metros quadrados de parede em cada cômodo: sala, quarto, cozinha... e esses metros extras também acabaram... no chão não tem mais um metro quadrado que seja livre para tapetes...

E aí... aconteceu algo marcante: fui pro Peru no feriado de 7 de setembro... e me encantei com a tapeçaria feita com lã de alpaca, com almofadas, com as peças de cerâmica... mas... onde colocá-las? E então, me frustrei porque ninguém aguenta ir numa feira de artesanato nos Andes só para dar uma olhadinha... impossível. Aí veio a sacada - vender algumas peças para liberar espaço para novas peças!

Conversava com a Ká sobre isso e ela me deu a ideia de fazer um brechó virtual... perfeito! Conversava então com JC e um anjo soprou no meu ouvido: www.mercadodaspulgas.net! Feito! Em 10 dias, concluí a construção da loja e, agora, estou tratando de encher as prateleiras... por enquanto tem apenas 29 itens, mas minha previsão é chegar a 200 até o final do ano. Dizem que é nos nossos hobbies que se esconde nossa vocação... então devo estar no caminho certo... Entra lá! www.mercadodaspulgas.net

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Sementes jogadas em terra fértil

Em 2008, estive em Salvador conversando na ADAB sobre a possibilidade de criar mestrados profissionais em Defesa Agropecuária na Bahia. Fui muito bem recebida pela Jucimara e pelo Cássio e, rapidamente, articulamos com o Carlos Alfredo e Alexandre para apresentar uma proposta. Para satisfação de todos, o curso foi aprovado pela Capes e a primeira turma iniciou no ano passado... com aula inaugural proferida pelo professor Evaldo durante o I Encontro Baiano de Defesa Agropecuária.

E, esta semana, exatamente um ano depois da aula inaugural, lá estava eu na UFRB participando do II Encontro Baiano de Defesa Agropecuária na UFRB, a convite da Suely e da Jucimara. Fui chamada para falar sobre a RITDA... prá mim, é mais ou menos a mesma coisa que uma mãe ser chamada para falar dos próprios filhos... foi muito gratificante pois assim que a palestra terminou, houve muitas perguntas e uma discussão interessante provocada pelo Nascimento sobre a correlação entre Defesa Agropecuária e Alimento Seguro.

À tarde, tivemos uma mesa-redonda sobre os desafios para a Defesa Agropecuária. A Jucimara falou sobre o desafio de se implementar o SUASA... eu falei sobre os gargalos identificados durante a II Conferência e a Suely falou sobre a III Conferência... tudo fluiu muito bem sob coordenação do Nascimento.

Para nossa satisfação e surpresa, as duas sessões foram bastante concorridas e o público interagiu bastante... e o melhor de tudo, no mesmo dia, algumas pessoas já se inscreveram na RITDA. Não aparecem nas fotos, mas estavam lá também a Danúzia e o Uilian.

Baixar palestra sobre a RITDA
Baixar palestra na mesa-redonda sobre desafios da Defesa Agropecuária

Suely, Jucimara, eu e Nascimento. Nascimento foi meu orientador de estágio em 1997 na Embrapa em Cruz das Almas. Suely e Jucimara são amigas de infância, pelo menos esta é a minha sensação.


Alexandre, coordenador do mestrado profissional em Defesa Agropecuária. Acreditou no projeto e batalhou para aprovar o primeiro curso na área no Brasil.

domingo, 18 de setembro de 2011

ENFISA Nacional 2012 - foi dada a largada

Dando sequência aos preparativos do ENFISA 2012, semana passada estive em Curitiba trabalhando com o Tosato, Luís e Fábio na escolha do local que sediará o evento. Encontramos excelentes opções, mas o complicado é que o evento é grande demais para hotel e pequeno demais para centro de convenções. E a montagem na forma de delegações torna tudo mais complexo pois demandamos um salão de 500 pessoas, plano, para colocar 120 cadeiras. Mas vai dar certo. Fomos, também, recebidos pelo Secretário de Agricultura do Paraná, em uma reunião com várias entidades. O pontapé inicial está dado. Vamo que vamo trabalhar para fazer um evento tão bom quanto o de Campo Grande. Segue notícia veiculada pela SEAB. Facilita o meu trabalho de 'blogagem'.

Curitiba vai sediar encontro nacional de fiscalização e seminário de agrotóxicos - 14/09/11
1O secretário da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, recebeu a visita dos organizadores do Encontro Nacional de Fiscalização e Seminário sobre Agrotóxicos (Enfisa) para discutir a realização do 10º nacional que vai acontecer em Curitiba, em meados de 2012. O encontro vai reunir fiscais federais e estaduais de defesa agropecuária de todo o Brasil para discutir o aperfeiçoamento de instrumentos de fiscalização para melhorar o controle sobre o comércio e uso de agrotóxicos evitando problemas ambientais e garantindo a segurança do alimento.
Ortigara disse que dará todo o apoio necessário à realização do encontro em Curitiba, que deve ter como base a orientação e esclarecimentos ao produtor para que reduza a aplicação de agrotóxicos em suas lavouras. A orientação da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab) é que o agricultor passe a usar o veneno apenas quando pragas e doenças representem danos econômicos às lavouras. Em 2010, foram aplicadas 90 mil toneladas de agrotóxicos nas lavouras paranaenses.
Segundo a representante da comissão de organização do evento, Regina Sugayama, antes do encontro nacional, estão programados três eventos regionais em Manaus (região Norte), Brasília (regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste) e Teresina (região Nordeste) que irão debater a integração e harmonização dos conceitos e aplicações das legislações pertinentes ao uso de defensivos agrícolas. O resultado dessas discussões será levado ao encontro nacional que acontecerá em Curitiba provavelmente entre os dias 18 e 21 de junho de 2012.
Os Encontros Regionais e os Seminários Nacionais sobre Agrotóxicos surgiram em 2002 com o objetivo principal de harmonizar as legislações e os procedimentos referentes à fiscalização de agrotóxicos de todos os estados do Brasil. As edições regionais e nacional do Enfisa são fomentadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) em parceria com os órgãos estaduais responsáveis pela fiscalização de agrotóxicos.
A preocupação dos organizadores – ressaltou Sugayama - é com o uso adequado dos defensivos ao tentar desenvolver modelos que reduzam o uso da carga química nas plantações do Brasil, permitindo um controle mais próximo por parte dos órgãos de fiscalização”.
A partir da percepção de que era preciso unir as pessoas ao redor de um mesmo objetivo que o modelo do seminário e as discussões avançaram e hoje é possível medir a envergadura da fiscalização de agrotóxicos no Brasil. São mais de 50.000 ações de fiscalização por ano envolvendo mais de 2200 profissionais. No Paraná, são cerca de 2.000 ações por ano, envolvendo cerca de 50 fiscais da Divisão de Fiscalização de Insumos – DFI.
Segundo os coordenadores do Enfisa, a defesa agropecuária é uma atividade complexa e dinâmica e a execução de ações de fiscalização resultam no sucesso do agronegócio brasileiro com a produção de produtos de qualidade. Portanto, promover ações integradas e harmoniosas em todo o território nacional requer um esforço significativo considerando as dimensões e diferenças brasileiras.

sábado, 17 de setembro de 2011

Uma cidade, muitas crenças

De todas as qualidades do Brasil, uma das que mais aprecio é a convivência pacífica entre pessoas das mais diferentes origens, orientações políticas e crenças. Aqui, é mais fácil dar briga por rivalidade entre torcidas de times de futebol do que por diferenças entre religiões. Isso porque, no Brasil, os sentimentos de 'ingroup' de natureza religiosa, política, racial ou social são fracos. Sentimentos esses que, em outros lugares, levam membros de um determinado grupo a hostilizar aqueles que não pertencem ao grupo (ou seja, o 'outgroup'). Este é o país da mobilidade: você pode ser batizado na igreja católica ao nascer e, depois, optar por ser zen budista... ou pode nascer em berço esplêndido e morrer falido... ou... o lado ruim da mobilidade - pode trocar de partido político 10 vezes ao longo de sua carreira que seus eleitores esquecem...

Eu já conhecia Curitiba, fui várias vezes prá lá a trabalho ou para visitar familiares... mas nunca tinha tido a chance de ir ao Largo da Ordem. Era uma tarde ensolarada de domingo e foi muito legal ver a feira de artesanato e comer num raio de 100 m desde empanadas uruguaias até pierogs poloneses... sem falar nos tacos mexicanos, pratos libaneses e outras tantas iguarias que me tentaram. Agora, o melhor de tudo... foi ver a diversidade de crenças religiosas representadas num espaço tão pequeno: tinha desde um show de música católica logo na chegada e uma igreja linda, azul como o ceu... tinha uma igreja presbiteriana... uma barraca de Hare Krishnas com seus mantras... e até uma mesquita!

Eu nunca tinha entrado numa mesquita. Aliás, a não ser por algumas poucas leituras e conversas com amigos muçulmanos, meu conhecimento sobre o Islã é limitadíssimo. Então, foi muito legal ter entrado e recebido algumas informações lá com o pessoal. O ambiente, no geral, é muito clean. Nada de imagens, nada de ícones... uma palavra aqui ou ali... e tudo muito equilibrado... muita paz. Comentei com o senhor que me recebeu sobre a diversidade que tinha notado no Largo. Ele me falou que além das que mencionei, há um templo budista e também uma sinagoga nos arredores.

Viva o Brasil com sua tolerância religiosa e respeito às diferenças. Aqui, nunca haverá guerra santa.

A Mesquita, no Largo da Ordem, em Curitiba


Foto de Meca... sabia que todo muçulmano tem que peregrinar pelo menos uma vez a Meca... e rezar voltado para Meca... e perguntei ao meu guia se Meca ficava localizada na direção da foto. Para minha surpresa, ele falou que Meca fica na direção oposta à foto. Estranhei... e ele explicou que os muçulmanos não adoram imagens.


Igreja Presbiteriana. Esta não visitei... fica prá próxima...


Azul, azul da cor do ceu...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Sobrinha nova a caminho

Tia que é tia é coruja e estraga sobrinha antes mesmo dela aterrisar... hoje, minha sobremesa no almoço foi desenhar o convite do chá de fraldas da Eloísa, filha do Rô que vai chegar no comecinho de 2012!

334 dias dormindo!

Estive em Curitiba de domingo a terça... uma cidade linda e um tempinho frio... que me fez dormir maravilhosamente bem nas duas noites que passei lá... 8 horas ininterruptas de sono, com direito até a perder hora na segunda-feira... e aí... pensei... se normalmente durmo de 4 a 6 horas por noite, então dormir 8 horas em duas noites correspondeu a 8-12 horas a menos de vida... e isso puxou o seguinte raciocínio:

Morei 11 anos em Vacaria, onde também dormia que era uma maravilha... digamos que, em média, 8 horas por noite...

Hoje, em BH e nesta correria de vida, durmo de 4 a 6 horas por noite... vamos colocar 6 para não parecer que estou forçando a barra...

Logo:
  • Horas não vividas por dia: 8 - 6 = 2
  • Horas não vividas por ano: 2 x 365 = 730
  • Horas não vividas em 11 anos: 720 x 11 = 8.030, ou 334 dias
Conclusão: morando 11 anos em Vacaria, dormi durante 334 dias a mais do que teria dormido se morasse num lugar quente. E, se for computar as horas de siesta, essa conta chega tranquilamente a 500 dias ao longo de 11 anos.

Assustador, né? Alguém me diz como é que eu faço para recuperar esses 334 dias? Será que eles vão ser devolvidos para mim na forma de um ano a mais de vida no final da minha vida?

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Rapidinhas de Lima

O que mais gosto de fazer numa cidade que não conheço é andar a pé... caminho por horas e horas olhando as pessoas, comendo coisinhas e conversando com gente da terra... em Lima, deu para andar umas seis horas pela Plaza de Armas e por Miraflores. A Plaza de Armas corresponde ao que os mexicanos chamam de Zócalo e é onde está a sede do poder do município ou, no caso, do país. Lima merecia uma postagem mais caprichada, mas o tempo tá correndo e não quero deixar atrasar...

A coca está em todos os lugares: chá, chocolate, biscoito, folha... e na rua! Obs - este não era um ponto de venda de drogas ;-)

Comprando um imóvel no centro de Lima heheeheheheh

O que mais me preocupou, nesta placa, é que se há uma placa que manda seguir de frente, é porque deve haver outra que manda seguir de ré... juro que prestei atenção, mas não encontrei...

El Cuy Mágico - o cuy é um roedor domesticado pelos incas e muito apreciado pela culinária regional. Infelizmente, não tive chance de experimentar desta vez.

E eis que, no centro de Lima, encontrei um wanka! Uma miniatura de alguma montanha sagrada para os incas!

sábado, 10 de setembro de 2011

Cusco - a vida como ela é

No post anterior, mostrei algumas fotos do centro histórico de Cusco. É a parte que todo mundo visita, é a parte que aparece nos sites de turismo... mas tive a sorte de cair meio por acaso numa parte não turística da cidade, nos arredores do Mercado Central. Lá, a gente vê as roupas típicas de verdade e não aquelas roupas típicas feitas para tirar fotos com turistas em troca de 1 Nuevo Sol. Lá, em alguns momentos, eu era a única não chola na rua e talvez me olhassem com a mesma surpresa com que eu olho as cholitas nas ruas...









Batendo perna em Cusco


Plaza de Armas, em Cusco (foto da Wikipedia)

Nunca tive boas notas em provas de História. Foi minha menor nota no vestibular, apenas o suficiente para não zerar na segunda fase da Fuvest. Eu só gostava, mesmo, de História Antiga. Egito, Mesopotâmia... essas aulas eu curtia, aquilo me intrigava. E me fazia entender que o mundo está em constante transformação... com civilizações se substituindo umas às outras... Nunca entendi, no entanto, a guerra. Igualmente, nunca entendi a motivação de um povo para dominar e subjugar outros povos. Lembro a sensação horrível que tive ao entrar na igreja em Chichicastenango, na Guatemala, em 1999. Quando soube que ela foi construída por cima de um templo maia, fiquei indignada e tentada a escrever um conto sobre a história ao contrário... na minha história ao contrário, os povos pré-colombianos invadiriam e colonizariam a Espanha. E se Pacal tivesse invadido a Espanha 600 anos antes de Cristo? E se Montezuma ou Pachacutec tivessem dominado culturalmente a Espanha no século XV e destruído suas igrejas para adorar o Sol, a Terra, as montanhas...? Infelizmente, meu conhecimento de História é limitado demais para escrever esta história ao contrário, mas fica o argumento no ar para alguém que queira desenvolver o assunto...

Semana passada, estive em Cusco... ou Qosqo, em Quéchua. Cusco foi a capital do império Inca e é tombada pelo Patrimônio Histórico Mundial. Andando pelas ruas, a gente tem uma sensação estranha... é como se o hardware fosse espanhol e o software, índio. As construções lembram cidades coloniais portuguesas ou espanholas... mas as pessoas se vestem com seus trajes típicos e falam em Quéchua. A presença ameríndia é tão forte que o Quéchua foi reconhecido como o segundo idioma oficial do Peru.

Passei várias horas andando pelas ruas de Cusco e tirei mais de 100 fotos... selecionei algumas... para saber mais sobre a história de Cusco, veja a Wikipedia.






Igreja de Santo Domingo - construída sobre os muros de Koricancha, uma construção inca.


Interior da Igreja de Santo Domingo


Igreja de San Francisco


Interior da Igreja de San Francisco



Mulheres com roupas típicas, que trocam um click por uma 'propina'


Arco de Santa Clara

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Semana passada era um sonho... agora é uma lembrança boa e uma promessa de retornar

"No matarás.
No robarás.
No permanecerás ocioso"

Estes são os três princípios morais básicos da cultura inca, segundo Victor Hugo, meu guia de passeio. Vai ver que é por isso - especificamente pelo terceiro princípio - que me sinto tão bem em terras incas... afinal, tenho a maior fama de workaholic. Fama da qual discordo, veementemente. Eu sou mesmo é uma hedonista. Afinal, tenho prazer fazendo aquilo que todo mundo chama de trabalho (=tortura). Podem me chamar, no máximo, de masoquista em ter prazer onde todo mundo sente dor... mas tudo bem... são apenas pontos de vista diferentes...

O fato é que aquilo que as pessoas chamam de trabalho e eu chamo de prazer me proporciona momentos de ainda mais prazer, como passeios e viagens interessantes. Esta semana fui ao Peru determinada a conhecer Machu Picchu, um sonho antigo de criança. Un regalito de mí para mí... nada cómo consentirse a veces, verdad?

A cultura da cordilheira sempre me impressiona e sempre me sinto em casa ao escutar as músicas típicas e ao ver os nativos falando em língua quechua. Lembro da sensação que tive ao ver um grupo equatoriano se apresentando com roupas indígenas numa praça em Montevideo em fevereiro de 2008. Lembro dos mercados de Quito em julho de 2008. Da passadinha em Santa Cruz de la Sierra agora em junho. Muito antes de começarmos a falar em sustentabilidade e respeito ao meio ambiente, estes povos já falavam sobre isso. E praticavam. Eles praticam um respeito tão grande à natureza e tem gente que ainda tem coragem de chamá-los de primitivos, de aborígenes.

Provavelmente, escreverei ainda muitos posts sobre esta viagem, mas queria apenas disponibilizar algumas fotos. Só clicar na foto abaixo que vai abrir o álbum do Picasa, onde dá para ler as legendas e colocar comentários. È foto demais para postar aqui via Blogger...
2011 09 Peru Machu Picchu

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Uma aula de Espanhol, Botânica e Culinária

Houve um tempo na minha vida em que era louca por shopping centers. Passou. Acho que um complexo de ser do interior com aspirações a ser da capital. Passou. Afinal, olhando de perto, shopping é tudo igual no mundo inteiro, deixou de ser novidade. Shopping e respectiva praça de alimentação são bons para quem não gosta de novidades nem de se arriscar. Hoje, troco qualquer shopping por um mercado popular ou feira onde possa comer e sentir o cheiro da comida de verdade. É nesses lugares que a gente encontra as novidades, as comidinhas regionais...

O Mercado e Miraflores, em Lima, é um dos melhores ou talvez o melhor da cidade. Isto dito pelas recepcionistas do hotel onde fiquei. Comi tanta coisa diferente e puxei do fundo da memória as aulas de Botânica para tentar entender o que estava comendo... aprendi como preparar algumas coisinhas típicas...




terça-feira, 6 de setembro de 2011

To Blog List


Cheguei a Lima na madrugada de sábado para domingo... e hoje, 55 horas depois, tenho mais de 500 fotos descarregadas... e nem sei por onde começar a 'blogagem'... fiquei olhando as fotos e tentando agrupá-las de maneira lógica... e cheguei a uma lista de posts sobre esta que será, certamente, uma das viagens inesquecíveis da minha vida...

- Machu Picchu
- Comida: alpaca, cuy (ainda vou comer um cuy esta semana)
- Quínua, kiwicha y otros granitos
- Cuzco
- Mercado central
- Mercado de Artesanías
- Mercado de Artesanías Aguascalientes
- Platería
- Hotel Anta Wasi
- Quechua

Vou precisar de mais cinco dias de folga só para blogar minhas sensações sobre o Peru...

domingo, 4 de setembro de 2011

Realizando el sueño de mi niñez

Tinha uns 10 anos... 12, talvez... e estava na casa da Tia Youko em Lins. Ela era assinante da National Geographic e eu costumava me deliciar com as revistas toda vez que ia visitá-la. Talvez tenha nascido aí esta minha sede de mundo e esta consciência de que ele vai para muito além dos muros do quintal de casa. Mas, nesse dia, dei de cara com uma matéria sobre um sítio pré-colombiano no Peru e aquilo despertou minha curiosidade de uma forma que jurei para mim mesma que um dia iria visitar ao vivo. Me impressionaram a robustez das construções e o sistema de distribuição de água. E a paisagem.

O tempo passou depressa e, nos últimos 15 anos, tive chance de conhecer vários sítios pré-colombianos: astecas na Cidade do México, maias em Palenque e na Guatemala, olmecas em Tapachula... e cada um é diferente do outro. Não existem dois que sejam parecidos. A única constante é o sentimento de efemeridade, de insignificância da gente perante o tempo. Sempre fico me perguntando quantas pessoas foram necessárias para botar a Pirâmide do Sol em Teotihuacán... e a que poder estas tantas pessoas se curvaram para levar a cabo um projeto tão grandioso.

Estou numa sala de embarque em Lima, esperando para embarcar para Cuzco para realizar esse que é, talvez, meu maior sonho de infância: conhecer Machu Picchu. É engraçada a sensação: por um lado, total excitement por realizar um sonho. Do outro, uma certa frustração por pensar que daqui a 24 horas ele estará realizado... vou precisar de um sonho novo... hora de assinar a National Geographic ou de visitar mais a Tia Youko! Será que ela ainda assina e será que ela ainda continua inspirando sobrinhos e sobrinhas aventureiros a saírem pelo mundo?


Família Sugayama reunida no aeroporto de Congonhas. Em pé, atrás, meu Ditian Makoto, Maica e Magali. Sentados, da esquerda prá direita: Tio Tibo, Tio Ziro (e eu no colo), Tia Nilza, Mônica, Tia Youko (que ajudou a ampliar desde pequena minha noção de mundo), Batianzinha de Lins (Masae) e Tia Nobuko. Nessa foto, fica evidente minha antiguidade: minha infância foi fotografada em preto e branco... e fica também evidente que desde criancinha já tinha um pezinho em Congonhas...

Chegou o ônibus para embarque remoto... próxima postagem: Cuzco!!!

sábado, 3 de setembro de 2011

Couroupita guianensis, um chitão vivo

Adoro chitões... aqueles panos coloridos que invadiram a moda e a decoração ultimamente. Brasileiríssimos e com a cara do interior do país. Gosto tanto que cheguei a forrar as portas de um guarda-roupas com chitão. Por isso, quando dei de cara com um pé de abricó atrás do hotel Rio Poty em Teresina, me encantei! Que flor colorida e os ramos carregados de botões, flores e frutos me deram a sensação de estar vendo um chitão vivo. Cada flor mede mais de 15 cm e os frutos têm uns 20 cm de diâmetro. Amo esta exuberância tropical.

Só me enganei quanto à família, pensei que fosse uma Sapotaceae, mas lendo agora vi que é uma Lecythidaceae.

Fonte da foto





Furoshiki (trouxa) de chitão para embrulhar panelinha de brigadeiro de colher.

Reunião na ADAPI






Uma cidade verde e que está se reinventando

Mesmo antes de subir no mirante da Ponte Estaiada, já tinha ficado claro para mim que Teresina é uma cidade bem arborizada com os oitizeiros dominando a cena urbana. Segundo o Chicão, tentaram outras espécies como ipês mas não deu certo: ipês perdem as folhas em uma época do ano e o sol lá bate forte 365 dias por ano...

A cidade é nova, tem menos de 180 anos e está passando por um período de redesenhar sua arquitetura, de se reinventar... os casarões antigos estão sendo substituídos por prédios modernos... e a cidade verticalizando. Faz parte. Com relação a 1999, mudou muito e, certamente, se eu voltar lá daqui a 12 anos, vai estar muito diferente do que é hoje. Chicão foi um ótimo anfitrião e me levou para ver prédios, praças e locais bonitos na cidade.


Batalhão de Engenharia de Construção Herois do Jenipapo


Estação ferroviária


Vixi, agora não lembro se é hospital, escola ou o quê...


Terraço do Hotel Metropolitan no centro de Teresina. Verde, muito verde.


Do lado direito do Rio Parnaíba está Teresina e, do lado esquerdo, o estado do Maranhão. Três pontem fazem a ligação dos dois lados.


Igreja do Amparo, vista do Hotel Luxor.


Prefeitura. Lindo prédio.


Marco Zero da cidade, que ficava no Poty Velho mas foi transportado para o centro para escapar das enchentes.


Banco na praça... so cute!



Estação de metrô e shopping popular anexo.



Feira do Troca-Troca. Aqui é tudo na base do toma-lá-dá-cá e tudo é negociável.



Ponte da Amizade, uma das pontes que faz a ligação de Teresina ao Maranhão.