domingo, 21 de fevereiro de 2010

Afiando o machado

Acredito que todo mundo tem algo para ensinar e busco o tempo todo aprender alguma coisa com as pessoas com as quais convivo. Esta eu aprendi com o Dino, que foi meu gerente de conta no Banco do Brasil em Vacaria e também professor de danças gauchescas.

"Era uma vez dois lenhadores. Um deles trabalhava sem parar, cortava lenha o dia inteiro. O outro, não - parecia levar tudo na maciota. No entanto, uma coisa começou a intrigar o primeiro lenhador. É que, todo dia, a produção do colega era maior que a própria produção. Então, ele começou a trabalhar mais ainda, mas nunca conseguia passar o colega em produção. Até que ele não aguentou e perguntou:

- Escuta, eu trabalho como um doido e não consigo produzir tanto quanto você que trabalha leve. Como é que pode?

E o colega respondeu:

- É que, enquanto você trabalha desenfreadamente, eu dou umas paradinhas ao longo do dia para afiar o meu machado."

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Entrei no Ano do Tigre na sintonia certa!






Gosto de viajar sem roteiro, de alugar carro, pegar um mapa e ir... é assim que a gente acha lugares pitoresccos que não estão nos guias. Hoje, no caminho para São José de Ribamar, vi a entrada de um lugar que me pareceu totalmente fora do contexto... tinha criaturas da mitologia chinesa na porta... e não resisti... na volta, parei...

Chama-se Wang Park. Foi inusitado encontrar um pedaço da China a poucos quilômetros de São Luís. Depois fiquei sabendo que os donos são chineses que moram no Brasil há muitos anos. O parque é todo caprichadinho, com inúmeras esculturas que retratam a cultura chinesa. Tem pesqueiro, piscina, pedalinho, restaurante e parque. Foi legal, ando com uma vontade danada de conhecer a China.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Desopilando no carnaval maranhense

Estou no Maranhão. Cheguei de Brasília na madrugada de terça para quarta-feira para trabalhar com Filomena e equipe na organização do Enfisa 2010. Foram três dias super puxados mas também muito gratificantes pelos resultados alcançados. Aliás, esses três dias entraram na sequênca de outros dois também alucinantes em Brasília, com 17 reuniões no prazo 34 horas. Quatro noites dormindo quase nada e trabalhando muito. Então, para desacelerar... tirei a noite de hoje para ir ao centro histórico assistir a apresentações de Tambor-de-Crioula. Afinal, estamos em pleno carnaval, alegria, alegria!

Essa é uma dança tipicamente maranhense, dançada em roda por mulheres de todas as idades. E quando eu digo todas, quero dizer dos 2 aos 80. A música é composta por pequenas estrofes que se repetem infinitamente como um mantra contagiante. São 3 tambores feitos de troncos de árvores, o maior, o médio e o menor. Eles dão o compasso, mas acho que quem realmente envolve é o cantador ou puxador... que é o cara que canta. A primeira apresentação que eu vi (Tambor-de-Crioula Nilza) tinha um cantor que transmitia tanta paixão pelo que estava fazendo que até emocionava.

Elas vão se revezando no centro da roda, giram de maneira alucinante e por vezes requebram de forma sensual. Terminam sempre com um cumprimento característico chamado 'punga', que é um bater de barrigas. Esse é o sinal para que outras dançarinas assumam o centro da roda.

A dança é um ritual de agradecimento a São Benedito, que é um santo negro e sempre mencionado nas letras das músicas. Aliás, na entrada das dançarinas, a líder do grupo traz a imagem de São Benedito, que passa pelas mãos de várias outras mulheres ao longo da apresentação.

Tudo é muito vibrante - as saias de chitão, o mantra hipnótico e a dança. Passei horas assistindo e aprendendo os passos mais simples. É paradoxal... em alguns momentos, eu me senti uma estrangeira em meu próprio país. Em outros, me sentia como se tudo aquilo fizesse parte do meu mundo.



Fotos:
1. O tambor maior, ele é tocado por dois músicos. A afinação do couro é feita a fogo, minutos antes da apresentação começar
2. Em louvor a São Benedito
3. Mulheres do Tambor-de-Crioula Fé em Deus esperando a hora de entrar no terreiro
4. Dona Nilza, fundadora do Tambor-de-Crioula da Nilza, com São Benedito
5. Dois músicos, com o suporte dos tambores médio e pequeno
6. A roda formada e muita animação
7. Dançarina do Tambor-de-Crioula da Nilza
8. O cantor do Tambor-de-Crioula da Nilza
9. A 'mais pequena' de todas, com apenas 2 aninhos
10. Com Alice, 12 anos, do Tambor-de-Crioula Fé em Deus - participa do grupo há 9 anos, uma fofa!
11. Os tambores médio e menor, músicos a postos para começar a apresentação

Vídeo - trechinho da apresentação do Tambor-de-Crioula da Nilza













quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Deixa a vida me levar, vida leva eu...

"Cada criatura, a seu modo, se agarrava fortemente às plantas e pedras do leito do rio, pois agarrar-se era o seu modo de vida, e resistir à corrente era o que cada um tinha aprendido desde que nascera.

Mas uma das criaturas disse, por fim: "Estou farto de me agarrar. Embora não possa ver com meus olhos, espero que a corrente saiba para onde está indo. Vou soltar-me e deixar que ela me leve para onde quiser. Se me agarrar, morrerei de tédio".
(Bach)