sábado, 30 de abril de 2011

Cor, cor, muita cor! Naturalmente!

E é claro que não podia faltar uma passadinha no mercado de artesanato de João Pessoa. São 3 pisos de muita cor, um passeio imperdível. Lá, até o algodão já nasce colorido!



Sobre o Algodão Colorido
Já me perguntaram se é transgênico. Não é. Já me perguntaram também se é tingido. Não é. Ele já nasce assim, coloridinho e é produto de técnicas clássicas de melhoramento genético. São vários tons que vão do bege ao castanho e ao verde...

Veja texto no site da Embrapa Algodão.

A pluma de três cores. Não lembro onde peguei, deve ter sido em alguma feira... lembro que tenho há anos esse chumacinho...


Os fios prontos para irem para a confecção.





Bonequinhas, um dos milhares de artigos produzidos com algodão colorido na Paraíba


sexta-feira, 29 de abril de 2011

Enfim, alguém que me entende!!!

João Pessoa - o terceiro e último Enfisa regional 2011

Passei esta semana em João Pessoa, onde aconteceu o Enfisa Regional Nordeste 2011. Participaram representantes de todos os órgãos estaduais de Defesa Agropecúaria, além de cinco associações do setor de insumos agrícolas. Esta foi a terceira reunião do ano, o que encerra o ciclo de encontros regionais. A primeira foi em Boa Vista e a segunda foi em Porto Alegre. Sinto-me feliz por participar de todos os regionais e de conhecer 27 realidades tão distintas no que diz respeito à fiscalização de agrotóxicos no Brasil. Agora, é preparar para Campo Grande!


Selected pics:

Por-do-sol na praia do Jacaré

Uma das atrações mais famosas de João Pessoa é o por-do-sol na praia fluvial do Jacaré. Fica ao norte de João Pessoa, em Cabedelo. Quando o carro encosta, a sensação é de estar entrando numa cidade cenográfica... tudo muito caprichadinho, lojas lindas, restaurantes, artistas na rua... agora... uma das principais atrações dentro de uma das principais atrações de João Pessoa é o bolero de Ravel tocado pelo Jurandy do Sax.

O jacaré


O Jurandy do Sax - mais de 2.000 exibições no por-do-sol da Praia do Jacaré


Loja de cachaças

O por-do-sol... confesso que chorei...

Du Lino, velho e querido amigo das Alagoas

Luiz Carlos, o anfitrião do Enfisa Nordeste 2011. Um guerreiro de coração imenso

Luís Carlos e Francisco - este o coordenador do Enfisa Nordeste 2012, em Teresina

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Excuses Generator - Mais um aplicativo para Facebook!

Nada me irrita mais do que gente que arranja desculpa para não fazer o que prometeu que faria. E foi pensando nisso que desenvolvi o conceito para mais um aplicativo para Facebook: o EG – Excuses Generator. Funcionará assim:

1. A pessoa escolhe o contexto para o qual precisa de uma desculpa. Por exemplo:

a. Trocou o nome da namorada na hora H

b. Esqueceu o aniversário de casamento

c. Não conseguiu terminar aquele relatório a tempo

d. Não tá a fim de sair com a turma do escritório

e. Chegou bêbado em casa

. Escolhido o contexto, a pessoa aperta um botão e o EG dá uma sugestão de desculpa, tirada aleatoriamente de um banco de desculpas pré-estabelecido. Por exemplo:

a. Troquei o nome da namorada na hora H porque tenho um trauma de infância com a minha professora que tem o mesmo nome que a minha namorada.

b. Troquei o nome da namorada na hora H porque ela me lembra aquela artista de televisão gostosuda.

c. Troquei o nome da namorada na hora H de tanto assistir BBB.

d. Troquei o nome da namorada na hora H porque sofro de amnésia durante o sexo.

e. Troquei o nome da namorada na hora H porque havia comido muito chocolate na véspera.

f. Troquei o nome da namorada na hora H porque ela estava de TPM.

g. Troquei o nome da namorada na hora H porque fui promovido na empresa.

h. Troquei o nome da namorada na hora H porque adoro tomar banho gelado.

i. Troquei o nome da namorada na hora H porque tomei um chute na canela durante a pelada com os meus amigos.

j. Troquei o nome da namorada na hora H porque estourei o limite do cartão de crédito.

Observe que quanto mais esfarrapada a desculpa, melhor. Porque, aí o usuário ganha tempo para explicar o que uma coisa tem a ver com a outra e distrai a atenção da parte lesada.

Conto com a ajuda de todos para ampliar o banco de desculpas esfarrapadas.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Naturalista nascida um pouco atrasada

Acho que meus pais nunca se conformaram com algumas manias que eu tenho desde criança... como colecionar pedras e bichos (especialmente peçonhentos)... deviam ficar se perguntando... "por que é que essa menina é esquisita assim? Por que não coleciona bichos de pelúcia ou borboletas? Por que é que ela se diverte pegando bichos para botar medo no irmão dela?" Não que isso tenha feito de mim uma pessoa rebelde... mas lembro da indignação que senti quando fui comunicada que a minha coleção de animais peçonhentos e de pedras catadas por aí havia sido devolvida à natureza. O que sempre me encantou foi a diversidade... buscava entender por que algumas eram mais duras e outras mais friáveis... por que algumas pareciam ser caprichosamente desenhadas enquanto outras tinham uma beleza espontânea, bruta... e aí passava horas olhando minhas pedras... lembro da aula de Geografia no primeiro colegial, quando o professor Ronaldo nos levou para a Cuesta de Botucatu... e aí puder entender in loco o processo de formação das cebolas de basalto, dos arenitos bauru e botucatu... dos morros testemunhos e a cuesta... parece que foi ontem, de tanto que eu gostei. Por que não fiz Geologia ao invés de Biologia? Sei lá. Acho que porque na época do vestibular tava na moda o Jacques Cousteau e também começava-se a falar em Engenharia Genética... uma coisa é certa: tivesse eu nascido 20 anos antes do que nasci... com certeza teria estudado Ciências Naturais... e teria uma compreensão maior sobre como o mundo natural funciona... mas... como estudei só o lado biológico do mundo, me resta apenas ficar boquiaberta com as formações geológicas quando me deparo com elas... sem entender direito... apenas admirando...

Bendita seja a pessoa que inventou os blogs. Agora, não preciso contar apenas com minha memória para lembrar de onde veio cada uma dessas pedras.


Praia de Coqueirinhos: recife de franja





Cânion de Tabatinga

domingo, 24 de abril de 2011

Rapidinhas de hoje

Arco do Amor - traga seu amor para a Praia do Amor e passe com ele por baixo do Arco do Amor e ficarão juntos para sempre... e também, se não ficarem, só o passeio pela PB já terá valido a pena!


Seres da argila - passávamos pela praia de Carapibus de buggy quando estes três malucos saíram de trás da falésia todos pintados com argila amarela. Figuras...



Levando a prancha de surf na motoca


Turismo com escolta - O governo da Paraíba tem um batalhão da Polícia Militar especializado em apoio ao turista. São policiais que falam mais de um idioma. Estávamos chegando a um mirante - aquele da falésia da Tabatinga... e o bugueiro ligou para a polícia... e disse que a gente ia prá lá. O carro com 3 policiais estava à nossa espera e foi de batedor até o mirante... e um dos policiais ficou o tempo todo me 'protegendo' pois ali naquela área estavam acontecendo crimes frequentes contra turistas. Foi uma situação no mínimo estranha... para não dizer desconfortável. Ah, pegaram os caras (2) anteontem.



Nova lei sobre resíduos sólidos - aviso estava numa 'casinha' na praia de Coqueirinhos...


Cajá, hummmmmmmmmmmmm - A EMEPA está fazendo pesquisa para melhoramento genético do cajá, para obtenção de materiais de menor porte. Vou adorar que o cajá invada nossa vida!



Futura opção para eventos - Aqui nascerá um centro de eventos e complexo hoteleiro para 3.000 pessoas.


Minha vida é comer por este país.......... III

Nunca fiz dieta. Quando engordo, compro roupas maiores. Quando emagreço, mando apertar. Claro que tem coisas que evito por motivos de saúde. E outras - como refrigerante e frituras - que não me fazem falta nenhuma. E como não fazem bem para nada, não consumo. Mas aquelas dietas malucas de contar pontos, costurar a boca ou abrir mão do prazer da boa mesa... tô fora. Adoro comida... por isso o título recorrente deste post... desculpem a falta de criatividade...

Pitombas... desde que me contrataram para fazer a ARP para lichia e longan... estava querendo conhecer também a pitomba. É uma sapindácea nativa do Brasil e cada cacho é uma loteria - peguei frutas bem docinhas e outras azedas e com alto teor de tanino... lúdico, não? Tentar adivinhar o que te reserva a próxima pitomba...

O caranguejo... não dá para ver direito, mas ele é azul... não tem pelos e está adaptado a viver em ambientes mais secos. Este, em particular, já tinha perdido o último par de pernas. Disse o bugueiro que são caranguejos domesticados e que o pessoal da Praia do Gramane (uma área de preservação ambiental) cria eles à base de arroz, dendê e não sei que outros tipos de comida... e que o bicho engorda... engorda... e acaba morrendo de gordo... e aí vai prá panela... isso é o que chamo de boa morte... afinal, todo mundo vai ter que morrer um dia... então que seja de tanto comer, né?

Encontrei este poeminha na net:

Um caranguejo mansinho
No meu ombro colocaram
Ele ficou bem quietinho
E muitas fotos tiraram

Na foto ele aparece
Para ninguém duvidar
E o dono dele merece
Sempre com ele ficar



Eu amo crustáceos rsssssssssssss... nem sei por que fui ser entomologista ao invés de ser carcinologista... olha as coisas boas que vieram do mar diretamente para meu prato hoje... lagosta... a Carla, uma moça lá da praia de Coqueirinho traz pré-cozida e tempera na mesa... com bastante limão... de R$ 15,00 a R$ 20,00... dá prá acreditar? São pescadas na praia do Pitimbu, alguns quilômetros ao sul de Coqueirinho.


Caldo de camarão - cozido em leite de coco, com batata, coentro e outros temperos. Delícia!


É isso aí. Ainda bem que tenho dois cromossomos X por célula e, portanto, minha chance de desenvolver gota é bem pequena... e que não tenho alergia a camarão... porque vou passar esta semana mais ou menos que nem Lulu Santos 'vamos comer tudo o que há para comer, vamos nos permitir' rsssssssssss

Viva a boa mesa! Que pode estar num hotel de luxo ou numa barraquinha de pau a pique na beira do mangue. Viva a diversidade de sabores e temperos deste país. E viva tudo o que o mar traz de bom para nós! Acorda, Brasil, já não passou da hora de explorarmos um pouco melhor essa fazendona chamada Atlântico?

De Manaíra a Tambaba - Geologia de tirar o fôlego

Cheguei esta madrugada a João Pessoa. Daqui, diz o Prof. Evaldo que, dependendo das condições meteorológicos e do grau de etanol no sangue, a gente consegue enxergar as luzes da África e que, em condições muito especiais, escutam-se os sons de lá também. Afinal, esta é a cidade mais oriental do Brasil e fica a cerca de 4000 km do continente africano. João Pessoa é uma das cidades mais verdes do mundo considerando-se a área verde por habitante. A cidade é limpa e segura. E o povo é super hospitaleiro. Por isso, não vai ser sacrifício nenhum passar uma semana em terras paraibanas.

É a minha terceira vez aqui. A primeira foi para assistir ao Endesa e a segunda, para os preparativos do Enfisa. Mas graças aos altos preços dos voos para o domingo de páscoa, fui obrigada a vir ontem... Sacrifício nenhum, repito.

Mas vamos lá. Hoje aluguei um buggy (com bugueiro, claro) e fiz um passeio longo pelo litoral sul da Paraíba. Saímos de Manaíra e fomos até Tambaba. Cerca de 40 km do centro de João Pessoa. Entre ir e voltar foram 7 horas. Ou seja, uma média de 12 km por hora (2 x 40 km/ 7 horas). O bugueiro - Rodrigo Egito - é uma dessas pessoas apaixonadas pelo que faz. Dirige buggy há 12 anos e nunca tirou férias. Nem consigo entender o por quê rsssssssssssss eu também não tiraria férias nunca de um 'trabalho' desses... privilégio ter um local de trabalho como o dele.

Rodrigo e Barbie, companheiros de viagem.


1. As falésias
Na primeira parada, o bugueiro falou que o que pensei que fossem falésias não são falésias e sim tabatingas. E disse que a diferença é que a tabatinga é uma formação argilosa, com argilas de diferentes cores. Depois, procurando no Google, li que o que eu vi foi na verdade a Falésia de Tabatinga.


2. Recifes de franja

Recifes de franja na praia de Coqueirinhos. Aqui se aplica o velho ditado 'água mole em pedra dura...' Passei um tempão olhando as ondas esculpirem a rocha e vendo a vida marinha nas frescas e poças. Uma diversidade de vida tão grande que quase me arrependo de ter excluído o conteúdo das aulas de Criptógamas e Invertebrados do meu HD interno... estava lendo há pouco que os recifes de franja são os que ocorrem paralelos à costa da qual são separados por lagoas pequenas, em contraposição aos recifes de barreira que ocorrem também paralelos à costa mas separam-se desta por lagoas grandes.

Recifes de franja na praia de Tambaba. Adorei a pedra rachada com coqueiro em cima. Dá a impressão de alguém ter dado um gole de karatê e quebrado ela no meio. E o coqueiro? Quem colocou ele aí? Aliás, um parêntese - ficar olhando para esses recifes é um exercício para imaginação. Vi baleias, cabeças, jacarés, dragões... (mas ainda não escutei os sons da África rssssssssssss)

3. Os Maceiós

Um maceió - lagoa de água doce/salobra, pelo que entendi é um mangue fechado cujas águas podem ter tido comunicação com água do mar mas agora não têm mais. Ocorre muita decomposição de matéria orgânica e o cheiro não é lá dos melhores.

4. O Cânion
Deixei o melhor por último. Quando o guia parou o buggy não acreditei no que estava vendo. Um capricho só. Essa rocha em forma de cone vem sendo esculpida há milhares de anos pelo vento e pela água... deve ter perto de 100 m de altura, sei lá. É o Castelo da Princesa (minha sobrinha ia adorar o nome). As rochas são friáveis, com muito pouca força rompem-se camadas de argila/areia das mais variadas cores. Não conseguiria dizer quantas tonalidades de marrom, vermelho, terracota e ocre eu vi.

Aqui esmagando o Castelo da Princesa com um dedo...

Aqui perplexa diante da diversidade de cores e riqueza da formação geológica.

Olhem o capricho destas formações. Em cima de cada 'palito' (algum geólogo de plantão por favor me diga o nome destas formações... elas têm uns 30 cm de altura) tem uma pequena rocha. e essas rochinhas têm cores tão variadas que a gente fica se perguntando se a pessoa que colocou elas ali não tinha mais o que fazer com o tempo dela...


Lindinho, não? Falando sério... acho que funciona assim - as pedrinhas caem numa superfície plana e à medida que vai chovendo, a erosão vai levando a parte que não está protegida pela pedrinha e vai cavocando a tabatinga. Quanto tempo será que vive uma 'tabatinguinha' dessa? Quanto tempo será que demora para a chuva e o vento transformarem o Castelo da Princesa em areia?

É bom botar a cabeça de folga. É bom saber que, mesmo tendo deixado as Ciências Naturais meio de lado, elas continuam me fascinando. E, acima de tudo, é bom encantar-se com a simplicidade, com o natural. Voltei para o hotel pensando se lá do outro lado do Atlântico encontrarei formações parecidas... afinal, quando a Pangea era Pangea, o Cabo do Seixas estava encaixadinho no Golfo da Guiné... mas... até que eu possa ir para a Nigéria ou Benin... me resta ir para a beira do mar e tentar ver as luzes e escutar os sons de lá... o difícil vai ser conseguir isso bebendo apenas água de coco ou suco de abacaxi...

Flightiqueta

Moro em Belo Horizonte, sou bióloga e consultora. E adoro viajar. Felizmente, o meu trabalho, ou melhor, o meu hobby remunerado tem me oportunizado viajar muito. Em média, 12 voos por mês. Algumas vezes, voos curtos como Brasília, Sampa... às vezes voos mais longos... como hoje... estou a bordo da TAM do Rio de Janeiro a João Pessoa. Umas três horas de viagem.

Não estou no meu assento. Escolhi o 2F mas acabei me mudando para o 6C. Motivo? Um javali do sexo feminino ao meu lado que ocupava o assento dela e metade do meu. Bom. Quem já viajou comigo sabe. Eu entro no avião e durmo. Raramente vejo fechar as portas e decolar. Mas hoje foi impossível. A moça ocupava o assento dela e uma boa parte do meu. E não é que ela fosse obesa. Ela era espaçosa mesmo. Fui me encolhendo no canto da janela e acabei pegando no sono. Por alguns minutos. De repente, não é que a bolsa dela veio parar no meu colo e a minha bolsa que estava no meu colo foi parar no chão?

Mas esse foi um dos motivos. O outro era um serzinho com uns dois anos de idade que fazia a gentileza de massagear as minhas costas com os seus pezinhos agitados. Sem contar a falação. O bom é que eles se revezavam na incomodação. Gente, em que mundo a gente tá vivendo, afinal? Será que as pessoas entram no avião e esquecem regras básicas de comportamento social e etiqueta?

Chamei a comissária e pedi para ela conseguir um novo assento para mim. Não concordo com a regra de que ‘os incomodados que se retirem’. Minha vontade era pedir para a comissária exportar a moça para um assento lá na última fila. Mas seria indelicado demais. E preferi tentar a sorte em outro assento. Nada poderia ser pior do que o que eu estava...

E então... quase dormia quando me ocorreu escrever este texto. Que – raridade – já nasceu com nome. Sim, porque meus textos em geral nascem pelo fim e se desenvolvem de trás para frente. Flightiqueta. Etiqueta e comportamento social a bordo de aeronaves.

Antes. Comecemos pelo check in. Fila. Fila já não é bom, por definição. Então, primeira coisa... entre na fila certa. Quem já fez o check in e só quer despachar a bagagem numa fila. Quem não fez, na outra. E quando chegar a tua vez de ser atendido, limite-se a falar o necessário com a pessoa que está te atendendo porque – talvez você não tenha percebido – a pessoa tem outras pessoas para atender além de você. Outra. Balcão de check in não é balcão de informações. Uma vez estava há um tempão na fila e veio um folgado e furou a fila bem na minha vez para pedir informação sobre como emitir cartão fidelidade. Bom, sou da opinião de que isso de dar a outra face tem limites e reclamei para a atendente. Meu tempo vale tanto quanto o tempo do folgado e meus dias têm exatamente o mesmo número de segundos que os dias dele.

Bagagem despachada, tome seu cafezinho e vá para a sala de embarque com a antecedência necessária para fazer tudo de maneira calma. De preferência, já leve o seu cartão de embarque em mãos para não fazer feio na hora de mostrá-lo para o pessoal que controla o acesso à área de embarque. Uma vez, vi a Sra. Folgada virar a bolsa do avesso atrás de um cartão de embarque que estava no bolso do casaco. Ela começou a ficar nervosa procurando mas não foi capaz de sair da fila para deixar quem já tinha o cartão na mão entrar. Afinal, se ela não estava habilitada a entrar, ninguém mais entraria. É assim que eles pensam...

E o raio X, então? Eu espero sempre atrás da linha amarela, até que o funcionário do raio X fale ‘próximo’. Foi assim que minha mãe me ensinou. Por isso, detesto quando o Sr. Folgado já vai entrando logo atrás de mim e fica me apressando para passar as minhas coisas. Chegou com o horário queimando? Saísse mais cedo. Não tenho culpa se o Sr. Folgado é, além de folgado, desorganizado. Se ele quer se estressar, problema dele. Mas não dou a ele o direito de me estressar.

(eita... 0h20 e um nenê chorando no avião. Virando a faringe do avesso para ser mais exata)

Sala de embarque. Você pensa que agora está tudo tranqüilo. Ledo engano. Com a proliferação de smartphones e outros dispositvos móveis com acesso a internet, rádio, TV, tocadores de música e vídeos... todo mundo fica plugado. Normal. Algo absolutamente contemporâneo. O que não dá para aceitar é gente que assiste vídeos ou ouve música sem fones. Eu não preciso ficar ouvindo o conteúdo do cara que está a 2m de distância, preciso? Fone de ouvido, minha gente... não machuca e te dá privacidade...

Falando em privacidade... uma vez estava desembarcando em Confins e, para ir para a área de restituição de bagagem a gente passa por uma ampla área de embarque que tem, como a maior parte dos aeroportos... paredes de vidro. Um homem na sala de embarque esperando o avião dele de costas para a parede de vidro. Se achando o maior espertalhão porque ninguém na sala de embarque podia ver o que estava na tela do notebook dele. Mas... todo mundo que desembarcava podia... e ele estava vendo fotos pornográficas. Disgusting. Não falo isso por puritanismo, não. Falo por não agüentar a falta de compostura em ambientes coletivos. Perdeu-se a noção de limite, de vida em sociedade. Claro que este foi um caso extremo... mas o uso de casos extremos facilita o entendimento.

Uma coisa que não entendo. Por que é que as pessoas já entram em fila logo que confirmam o voo? Será que elas obedecem à ordem em inglês de ‘Proceed to gate’? Ou será que gostam de ficar em pé? Será que têm medo de que o assento a elas designado seja ocupado por algum outro Sr. Folgado? Não precisa pressa. O embarque pode ser feito de forma extremamente civilizada... prioridades primeiro[1]. Passageiros das fileiras 15-28 segundo. Passageiros das fileiras 1-14 terceiro. Prá quê complicar, né? Mas tem gente que complica. Pegou a fileira 4 e entra correndo porque sabe que ninguém vai conferir o assento. No máximo vão conferir teu documento e teu voo. E aí a Sra. Folgada entra cheia de sacolas e empaca a fila inteira até acomodar toda a bagagem de mão dela.

Bagagem de mão que, muitas vezes, é colocada em filas diferentes da fila do assento dela. Afinal, algum outro folgado lá da fila 16 já ocupou o compartimento acima da fila 4 e a nossa amiga é forçada a colocar no compartimento acima da fila 6. Resultado = caos no desembarque... aqui vale a regra de ouro... ado ado ado cada um no seu quadrado.

Agora aqui uma pras companhias. Bagagem de mão tem limites bem claros de peso e cubagem. Se existe uma regra para isso, que a façam cumprir. Tem gente que entra com cada mala no avião e todo mundo faz vista grossa. E, com os voos lotados como andam, um folgado desse ocupa com a bagagem dele o lugar dele e de outros dois passageiros no compartimento superior. Resultado = mais caos no desembarque. Mas... eu entendo o Sr. Folgado. Como ele pensa que o tempo dele vale mais do que o de todo mundo e não quer perder tempo na esteira... leva a bordo malas que não poderia levar. Bastaria no raio X colocarem aquela gradinha de conferência de bagagem e orientarem o pessoal: não coube? Volta lá no check in e despacha. Vamos disciplinar esse bando de folgados...

Generala, eu? Um pouco hehehehheehehehe... e nem sei de onde vem isso porque não tenho passagem nenhuma por escolas militares. Mas sou disciplinadora sim. Respeito os limites de outras pessoas e faço questão que respeitem o meu.

E gente que senta em assento errado? Não sei se com vocês acontecem, mas comigo acontece direto, principalmente em voos com escala. A pessoa esquece de trocar de assento. Às vezes, nem sabe que tem que trocar de assento entre um trecho e outro. É normal. Já vi o Sr. Insuportável ser grosseiro com outro passageiro que estava ocupando o assento errado. Cadê a gentileza deste mundo, né? O outro passageiro era um senhor de idade, muito simples, que não sabia que teria que mudar de lugar. E o Sr. Insuportável encheu ele de grosseria. Cheguei a sentir pena ao ver nos olhos do tiozinho um pedido de socorro. Gente... se tiver outra pessoa no teu assento, aciona o sinal de chamada de comissaria que alguém devidamente treinado vai com toda a gentileza do mundo mediar esse microconflito. Não precisa perder a calma nem a linha. E nem agredir uma pessoa que não tem a mínima culpa pelo dia difícil que você teve.

Quase para fechar a porta, vem a moça da bala. Tenho cá para mim que isso é apenas uma estratégia disfarçada para elas conferirem se a pessoa já afivelou cintos e se está tudo em ordem para a decolagem. Mas não importa. Ela vem toda simpática com a cestinha de balas e o que o Sr. Folgado faz? Enche a mão de bala. Tá bom, o valor dessas balas é irrisório comparando com o preço da passagem. Mas existe algo mais deselegante do que abusar de uma cortesia da companhia? Acho isso o ó.

Uma vez li um post no twitter que dizia mais ou menos assim ‘Sou condicionado a odiar a pessoa que se senta ao meu lado no avião’. E dá para entender o motivo de tanto mau humor. Você será obrigado a passar um tempo numa situação de proximidade física forçada com um estranho. Eu, pessoalmente, odeio proximidade física. Sou do tipo que senta e não olha prá cara da pessoa para não ser invasiva. E prefiro que não me olhem pelo mesmo motivo. Apenas estamos sendo forçados a compartilhar um minúsculo território. Então, de novo... ado ado ado cada um no seu quadrado...

Mas nem todo mundo consegue. A Sra. Javali de hoje, por exemplo... não mencionei no início mas além de invadir o meu espaço físico, ela invadia meu espaço olfativo de uma maneira muito mas muito desagradável. Um ser humano normal precisaria passar alguns dias sem tomar banho para desenvolver um odor como aquele. Gente, estamos no Brasil... nosso lindo país tropical e talvez um dos lugares onde mais se toma banho no mundo... não custa, né, dar uma caprichada na higiene pessoal antes de ir pro aeroporto... e, do lado contrário... não abusem do perfume... nem todo mundo gosta do teu perfume, pode crer.

Estou aqui escrevendo estas linhas e lembrando de mais causos irritantes. Teve uma vez, estava indo para Natal, outra viagem longa e noturna. Estava no corredor e tinha uma folgada na janela. Podem imaginar o que é ela se deitar no assento dela e mais o assento do meio e ficar me empurrando com o pé? A primeira vez, rezei a oração de São Francisco... a segunda vez também... a terceira comecei a me enfezar e aí pelas tantas bati no pé dela com uma revista e perguntei se ela não se importaria em viajar sentada da mesma forma que os passageiros civilizados costumam fazer. Bem nesses termos.

Outra viagem insuportável foi ao lado de um político. Liderança de partido, cara conhecido prá caramba. Até eu que não me ligo em Política reconheci. O cara era grosseiro. Você via na cara dele que aqueles sorrisos nos cartazes eram de mentira. Ele era grosseiro no tratamento com as comissárias. Ele estava gripado ou resfriado. Ou não. Vai ver era porco mesmo. Ele passou a viagem inteira ‘chupando macarrão’. Tá com o nariz ruim? Passa na farmácia antes de embarcar, compra um remedinho e um lencinho... tosse a mesma coisa... avião é ambiente fechado... sem circulação nenhuma de ar... toma um xaropinho antes de embarcar e não fique espalhando vírus e bactérias prá cima de mim e dos outros passageiros. Nesse ponto, admiro os japoneses de verdade, daqueles que usam máscaras até para sair na rua quando estão gripados...

Mais? Nossa, tem muito. Automaticamente já odeio a pessoa que se senta ao meu lado no avião. E mais automaticamente ainda já odeio a pessoa que se senta atrás de mim no avião. Principalmente se a pessoa for homem com mais de 1,80m. Por quê? Porque um homem dessa altura certamente vai se sentir desconfortável e vai passar a viagem massageando as minhas costas com os joelhos. Não pedi massagem. Normalmente, peço para a comissária me mudar de lugar mas nem sempre é possível porque os aviões têm andado lotados, principalmente nos trechos BH-BSB ou BH-CGH. Dia desses, não tinha lugar disponível para troca... e então pedi para ela falar com o Sr. Joelhos para que ele trocasse de lugar comigo. Eu me senti péssima em fazer isso, ou seja, causar um problema pro inocente que estava na minha frente para resolver o meu problema. Bom, de qualquer forma, o Sr. Joelhos não aceitou o pedido de troca e fomos nos odiando até o final da viagem.

Falando em massagem nas costas in flight, uma vez um anjinho de uns 4 anos estava me chutando. A mãe estava no assento do lado com um bebê de colo. E o anjinho de quatro anos ficava chutando o meu assento com os dois pés. Logo no início da viagem, pedi muito educadamente que ele não fizesse isso pois estava incomodando. Não adiantou. Pedi a segunda vez, um pouco menos educadamente. Perguntei se ele conseguiria não chutar mais as minhas costas. Não adiantou. A terceira vez... falei com a mãe. Ela me falou que não tinha como forçar o menino a parar de me chutar, pois era apenas uma criança. Aí eu fiquei pasma. Cuméqueé? Ela defendeu a atitude do moleque e deu razão a ele? Contei até 25 e disse a ela que temia pelo o futuro do filho dela pois, se ela não era capaz de estabelecer limites para uma criança de quatro anos, eu podia vislumbrar o tipo de cidadão que essa criança se tornaria. Fez filho? Então eduque direito, coloque limites, ensine o respeito ao próximo. As companhias poderiam botar um aviso nas mesas... lá onde fala do assento flutuante e da obrigatoriedade de afivelar cintos... podia estar escrito assim ‘o assento à sua frente é sagrado. Não toque nele com mãos, pés ou joelhos’. Ou então... algo bem humorado... poderiam desenhar nos encostos as costas de uma pessoa, para que todo mundo lembre que no assento da frente existe um ser humano com os mesmos direitos e deveres...

Este foi um voo diferente. Passei acordada primeiro me sentindo invadida pela Sra. Javali e depois botando prá fora minha indignação. Não sei quanto tempo falta para pousar... talvez uma meia hora ainda... e antes de me despedir... só queria comentar o comportamento desesperado das pessoas para saírem do avião. A luz de atar cintos nem apagou e já tá todo mundo de pé se acotovelando no corredor como se tivesse disparado o alarme de incêndio. Se fazem isso numa situação de pouso normal, como se comportariam numa situação de pouso forçado? Eu fico na minha. Espero abrir a porta para depois juntar minhas coisinhas e levantar. Dia desses um Sr. Insuportável tinha tido um dia ruim, mas muito ruim. E se irritou porque eu não me levantei enquanto o avião estava com as portas fechadas. Ele jogou a bagagem de mão para o banco da frente e eu estava vendo a hora em que ele ia passar por cima de mim sem pedir licença. Mas ele conseguiu, enfim, se controlar...

Este texto burlou todo o meu sistema mental de construção de conteúdo... ou seja, ele começou do início... do título... e chego ao fim dele sem ter uma conclusão. Chego ao fim dele sem saber que destino dar a ele. Provavelmente vai para o blog. Ou talvez vire um protesto no Facebook em prol da convivência civilizada no ar. Imaginem um aplicativo no qual a gente pudesse criar uma lista negra de Srs. Folgados, Sras. Insuportáveis e Monstrinhos Sem Limites? Poderia ser informado o voo, o trecho, a data e a poltrona. E o motivo para a pessoa estar sendo enquadrada como flightiquetaless.

Ops, aviso sonoro, preparar para pouso. Salva pelo gongo. A justificativa perfeita para terminar este texto assim, abruptamente. Obrigada, comandante.



[1] Fazendo aqui um parêntese. Sou cartão vermelho na Tam há alguns anos. Mas não fico mostrando o cartão vermelho porque vem escrito no cartão de embarque que eu sou cartão vermelho. O agente de aeroporto se quiser vai checar isso mas a gente parte do princípio que ninguém vai querer ser o que não é. Se a pessoa se apresenta como prioridade é porque ela é prioridade. Estava eu na fila de prioridades um dia entre senior citizens e mães com crianças de colo... quando a Sra. Insuportável soltou uma diretaça para mim ‘as pessoas não respeitam mais a fila de prioridades’. Consegui rezar a oração de São Francisco três vezes para não revidar. ‘Ó mestre, fazei com que eu busque mais compreender que ser compreendido, perdoar que ser perdoado’... Portanto, não julgue pelas aparências. A pessoa pode estar de jeans e moleton e ser um executivo cartão black voltando das férias...

sábado, 23 de abril de 2011

Uma espiadinha na Índia

Eu amo ambientes decorados com capricho. E também com autenticidade. Adoro vermelho. Adoro ser bem atendida. Adoro comida. Adoro temperos e especiarias. Adoro o cheiro do curry enchendo o ambiente. Adoro uma música lá ao fundo que faça a mente viajar... e morro de vontade de conhecer a Índia. Por esses e muitos outros motivos, curti demais estar hoje no Restaurante Bhagwan. Na Conselheiro Lafaiete, pertíssimo de casa. Já comi comida indiana em outras partes do mundo... o lugar mais recente foi o Ganesh, no Shopping Morumbi. Lindo também. Encantador também. Mas uma coisa meio maquiada. O Bhagwan me pareceu mais Made in India, me deu a sensação de que ele poderia estar assim do jeito que está em qualquer rua de Nova Deli... A gente sente que alguém muito caprichoso se preocupou com cada cantinho, com cada batente de porta (adorei as batentes amarelas contrastando com as paredes vermelhas...)... a gente sente que a pessoa botou alma na tarefa de deixar o ambiente acolhedor. E realmente conseguiu. Tudo muito limpo e a comida estava saborosíssima.

Ah e tem delivery também. Veja o site e faça seu pedido. Vale a pena. E se vc provar e não gostar, me liga que eu vou buscar o prato e como no seu lugar. Isso que é amiga hein?





Meu pedido: arroz com especiarias indianas (identifiquei alho e gengibre mas deve ter mais uma dúzia de temperos. A cor não sei de onde vem...) e camarão (linghi?) com molho masala.

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