domingo, 24 de outubro de 2010

Antevasin eu sou, eu sou demais...

Adoro cinema e é uma das coisas que mais sentia falta durante os meus anos em Vacaria. Quando morava em São Paulo, ia ao cinema toda semana, muitas vezes mais de uma vez por semana... então um dia fiz uma conta simples... e assustadora:

2 filmes por semana x 52 semanas por ano x 11 anos = 1144

Este foi o número de filmes que deixei de assistir nesse período... um verdadeiro exílio cultural... sempre me perguntava como um povo pode sonhar e conhecer novos mundos vivendo sem cinema... mas... bom, são águas passadas.

Hoje moro em Belo Horizonte e por causa da correria acabo não indo tanto ao cinema quanto ia no tempo de Sampa... mas sempre que possível dou uma paradinha para viajar para lugares ou tempos distantes... hoje fui ver "Comer, Rezar, Amar". É uma adaptação para o cinema do livro com o mesmo nome... conta uma história que acontece nas melhores famílias... o eterno ciclo relacionamento, separação, relacionamento, separação... e a busca incessante da paz e do equilíbrio... você certamente já passou por isso, sabe do que estou falando.

Trivialidades à parte, aprendi um pouco sobre a vida na Índia e a sabedoria balinesa. E aprendi uma palavra em sânscrito que quer dizer, literalmente, "Aquele que vive na fronteira". O personagem usava essa palavra para referir-se àquelas pessoas que abdicam da convivência familiar para viverem assim... na borderline. Me identifiquei muito com a palavra, sempre buscando o limite do desconhecido, sempre nas interfaces... nem bióloga nem agrônoma, nem santa nem perdida, nem pública nem privada, nem cientista nem artista, nem exatas nem biológicas, nem yuppie nem hippie... apenas eu... uma antevasin em constante transformação. Se algum dia terei uma forma definida e definitiva? Tomara que não.

"Sou apenas uma arisca antevasin, nem isso nem aquilo, uma aprendiz da fronteira em eterna mutação, próxima à floresta maravilhosa e assustadora do novo." (Elizabeth Gilbert)



Ver post "Visões de uma antevasin", by Andrea

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