sábado, 13 de outubro de 2012

A beleza está nos olhos de quem vê... e o racismo, também...

Cresci no meio de livros de Monteiro Lobato. Minha mãe tinha uma coleção enorme de livros do Sítio, todos de capa dura e verde com letras douradas, que ocupavam uma estante inteira na sala. Li todos, todinhos. Lembro do esforço que era subir na estante para pegar os livros e do cheiro deles até hoje... Por isso, para mim foi uma surpresa quando, há cerca de um mês, começou a polêmica em torno da obra da Monteiro Lobato... está sendo acusada de conter elementos racistas...

Estava no trânsito dia desses e pensei... se a moda pega, logo logo vão proibir as rádios de tocar aquela música que diz 'eu não sou cachorro não prá viver tão humilhado... eu não sou cachorro não para ser tão desprezado'... lembram? Valdick Soriano poderia ser acusado de incitar maus tratos a animais... e outra... Tim Maia lá no ceu pode ser acusado de homofobia em 'vale tudo, só não vale dançar homem com homem nem mulher com mulher'... e aí, como fica?

Penso que o artista cria e o público consagra... e se o público consagra é porque se enxerga, se identifica com a obra. Então não é Monteiro Lobato que é racista nem Valdik Soriano que maltrata bichos e nem Tim Maia homofóbico... no caso de Monteiro Lobato, talvez o racismo esteja mais na cabeça de quem enxerga racismo em suas páginas porque eu, sinceramente, não me tornei uma pessoa racista apesar de ter passado minha infância enfiada nas suas estórias...

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