domingo, 27 de novembro de 2011

Mundo, mundo, vasto mundo...

... se eu me chamasse Raimundo
Seria uma rima, mas seria uma solução
Mundo, mundo, vasto mundo
Mais vasto é o meu coração

(Carlos Drummond de Andrade)


Conhecer gente já é bom. Conhecer gente de lugares distantes é ainda melhor. Conhecer gente de lugares totalmente desconhecidos é maravilhoso. Passei a semana passada inteira em Brasília, para um curso realizado pela Agência Brasileira de Cooperação e pelo MAPA, em parceria com o InovaDefesa e Embrapa. O objetivo era apresentar o sistema brasileiro de Defesa Agropecuária aos participantes e conhecer os principais gargalos dos sistemas de Defesa Agropecuária desses países, com vistas à induzir a transferência de tecnologias daqui prá lá. Veio gente de lugares distantes, muito distantes... como Fiji, Tonga, Tanzânia... Quênia... Filipinas... foi muito legal aprender, por exemplo, que em Belize se fala Inglês e não Espanhol como eu pensava... foi maravilhoso conhecer um pouco da vida nesses países todos... e... o mais legal de tudo foi que, na sexta-feira, sem combinar, o pessoal foi com roupas típicas de seu países... agora... pergunto... se eu quisesse ir com uma roupa típica do Brasil, o que seria?

Beatriz, de Guiné Bissau

Eliphas e Juliana, da Tanzânia

Falasi (Congo), Epeli (Fidji) e Tangi (Tonga)

Jô (InovaDefesa), Yoandry (Cuba), Rafael (Honduras) e Josué (Venezuela)

Alunos de 13 países participaram do curso

13. Workshop em Brasília capacita profissionais da Defesa Agropecuária de 15 países   
Evento abordou o funcionamento do sistema nacional de Defesa Agropecuária, com vistas a facilitar a transferência de tecnologias e experiências brasileiras na área para outros países. 

O Projeto Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária (InovaDefesa) em conjunto com a Universidade Federal de Viçosa, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a unidade da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, realizaram, na última semana, em Brasília, o Workshop "Capacitação para Transferência de Tecnologia em Defesa Agropecuária" para representantes de 15 países.

Como objetivo, o workshop procurou esclarecer aos técnicos estrangeiros como está estruturado o sistema nacional de Defesa Agropecuária, com vistas a facilitar a transferência de tecnologias e experiências brasileiras na área para os países representados. Além disso, o curso serviu para levantar demandas, potencialidades e possíveis soluções para os fatores que inibem os sistemas de defesa agropecuária nos países representados.

A cooperação internacional, no âmbito técnico, representa um importante instrumento de desenvolvimento econômico e social. Ela auxilia um país a dar impulso nas mudanças estruturais nos seus sistemas produtivos, como forma de superar gargalos. Portanto, podemos pensar a cooperação como uma espécie de intercâmbio de experiências onde os países encontram soluções de seus problemas a partir de uma base compartilhada de assistência. No Brasil, esse trabalho já acumula quatro décadas de atuação em conjunto com parceiros comerciais e organismos internacionais.

A iniciativa do workshop é bastante oportuna como explica o analista da Embrapa Estudos Estratégicos e Capacitação, Rodolfo Oliveira. Segundo Rodolfo, por exemplo, o contexto econômico dos países da África vem crescendo nos últimos anos. Países como Angola e Moçambique apresentaram um aumento expressivo na economia graças a um grande investimento estatal em infraestrutura. Com as transformações, as bases do comércio exterior desses países se ampliam favorecendo as ações de cooperação e transferência.

Todavia, Rodolfo ressalta que o ponto crucial do workshop está na possibilidade de identificar oportunidades e gargalos da integração comercial, compreendendo melhor a realidade de cada país.  "A aposta no aumento do fluxo comercial entre o Brasil e esses países deve ser cautelosa. São países ainda com altas taxas de pobreza, mercados consumidores concentrados e com problemas sérios de infraestrutura portuária e de transportes. Um ponto a se ter cuidado é a questão logística. Em Cabo Verde, há o problema do frete de retorno ao Brasil, já que a produção agrícola e industrial do país é pouco diversificada; e em Moçambique, na costa leste africana, o custo do frete e a disponibilidade de transporte marítimo dificulta a exportação brasileira. Prova disso é que o Brasil detém mais de 5% de participação no mercado de ovos" comentou.

O Brasil é líder em P&D em Agricultura Tropical e a Embrapa detém o maior orçamento para pesquisa agropecuária no mundo. Portanto, o coordenador do projeto InovaDefesa, Evaldo Vilela, considera que "Sediar um evento desta magnitude é uma oportunidade para apresentarmos a expertise brasileira no assunto. Durante o projeto InovaDefesa, mapeamos os grupos de excelência em P&D em Defesa Agropecuária e esperamos, com este workshop, iniciar um diálogo no sentido de transferirmos tecnologias brasileiras para o fortalecimento da agricultura nos países representados".

As apresentações e documentos resultantes do workshop estão disponíveis na Rede de Inovação Tecnológica para Defesa Agropecuária: http://inovadefesa.ning.com/group/techtransfer.
(Inovadefesa)

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