quinta-feira, 24 de março de 2011

Eu, garimpeira

Adoro feiras. Elas são um retrato da vida num determinado local. Os objetos de decoração da minha casa e do meu escritório foram - rara exceção - garimpados em feiras ao redor do mundo e todos - também rara exceção - custaram menos de 30 reais. Porque decorar com sofisticação e muita grana é covardia. Eu gosto é de barganhar, negociar com artesãos... não pelo dinheiro em si, mas pela satisfação de interagir com gente da terra. Numa negociação, um artesão conta o quanto de trabalho deu para produzir a peça e te convence do quanto ela é especial e diferenciada. Eu me divirto.

E assim vou garimpando badulaques por aí... cada badulaquinho conta uma história ou lembra pessoas e tempos que já passaram... um diálogo permanente com o passado... não que eu seja saudosista, nada disso... mas é uma forma de documentar minhas andanças... E aí minha casa vai se transformando num museu de artesanato e arte popular. Se você me perguntar se prefiro ir a um museu de artes plásticas ou a uma feira, mil vezes vou preferir a segunda. Shopping ou feira? Precisa nem perguntar, né?

Ontem, tive a chance de conhecer a Feira Central em Campo Grande. É a sétima vez que visito a cidade e a primeira vez que consigo estar aqui numa quarta-feira. Chegando lá, o Marcus Vinícius já foi logo me levando para conhecer a Flor de Xaraés, porque sabia que eu ia me encantar. Impossível não se encantar pelas cores vivas e design diferenciado.


Cláudia, a artesã responsável por estas maravilhas


Estas têm cerca de 15 cm de diâmetro, vcs ainda vão me ouvir falar delas.


A lenda da flor pantaneira (fonte: http://www.flordexaraes.com.br/)

Conta a lenda que há dezenas de anos atrás, um jovem casal, ela, filha de um rico fazendeiro e ele, peão, tinham o namoro proibido, pois o pai da moça não permitia que ninguém se aproximasse de sua filha. A única forma que eles encontraram para namorar, seria a noite, depois que todos dormissem; o rapaz batia na janela de sua amada e ali ficavam namorando, tendo o brilho da lua como cúmplice dos encontros. Ao se despedir, o jovem dava à moça uma flor como prova de seu amor. Certa vez, o fazendeiro já desconfiado, flagrou os dois e proibiu o namoro, dizendo que sua filha não seria mulher de peão. O jovem implorou pela permissão, afirmando que o amor deles era como as flores que ele entregava à sua amada, bonito e puro. Mas, duro de coração, o fazendeiro dizia que a única semelhança estaria na fragilidade da flor, pois em pouco tempo ela murcha e perde a beleza; assim seria também o amor dos dois. Foi então que, com toda a sua arrogância, o pai lançou o desafio: já que os jovens afirmavam que o amor deles era como as flores, a condição para a permissão do namoro seria que, ao sair pela manhã em comitiva, o rapaz desse uma flor à moça e se esta permanece com a mesma beleza até sua volta, eles teriam a permissão. Os jovens se assustaram, porque sabiam que uma viagem de comitiva, naquela época, poderia durar meses e a flor não duraria tanto; mesmo assim, o rapaz aceitou e tranqüilizou sua amada dizendo que ele acharia uma flor capaz de provar quão o amor deles era maior que o tempo. Depois que se despediu da moça, o rapaz foi para margem do rio e começou a pensar: com um grito de desespero implorou aos céus que lhe ajudasse a encontrar uma flor com a resistência que ele precisava. A lua, que sempre foi testemunha das juras de amor daquele casal intercedeu e foi então, que a Mãe natureza criou uma flor com os três elementos (Terra, Ar e Água), que surgiu boiando à margem do rio; ao pegá-la, o peão pôde perceber que ela continha a resistência da madeira, a suavidade de uma brisa e parecia ter sido moldada pelas águas pantaneiras. No outro dia, ao se despedir, o rapaz deu a flor à moça e partiu em comitiva, como havia sido combinado; durante a viagem, alguns bois se desgarraram e o rapaz foi buscá-los, se perdendo na planície alagada; os outros peões acreditavam que ele havia morrido porque era muito comum naquela época acidente nestas viagens e deram a noticia à moça. Ela não acreditou, suplicou para que não fosse verdade e implorou à natureza para trazê-lo de volta. Assim como em um ritual, todas as noites ela colocava no parapeito da janela, a flor que ele havia lhe dado. Vendo todo o sofrimento da jovem, a lua novamente intercedeu e brilhou tanto, que fez a noite virar dia. Dizia-se que, durante as noites que se seguiram, se via de muito longe a flor na janela e sentia-se o perfume. Assim,o rapaz pôde achar o caminho de volta e os dois viveram, a partir daí, todo amor que sentiam um pelo outro.

A Empresa

Inspirada nesta Lenda Pantaneira e com referência as flores perenes do cerrado e pantanal sul-matogrossense, a artista Claudia Castelão desenvolveu as flores de madeira, peças únicas em beleza e estilo, que expressão e valorizam a cultura regional.

A Flor de Xaraés é ganhadora do premio nacional TOP 100 pela sua singularidade, designer e inovação.

Nossos produtos são ecologicamente corretos, seguindo as tendências atuais, comercializados nas melhores lojas em todo pais, tem seu destaque na Holanda, pais das flores naturais.

2 comentários:

Unknown disse...

Eu acho linda essas flores. Eu comprei umas na Feirinha central de Curitiba há 3 anos e elas ainda exalam o aroma na minha sala. Paguei algo em torno de 4 reais cada uma. Eles tem um site, mas é diferente desse que você postou. É o www.fioridilegno.com.br

Unknown disse...

Eu acho linda essas flores. Eu comprei umas na Feirinha central de Curitiba há 3 anos e elas ainda exalam o aroma na minha sala. Paguei algo em torno de 4 reais cada uma. Eles tem um site, mas é diferente desse que você postou. É o www.fioridilegno.com.br