sábado, 12 de março de 2011

Trabalho mais do que viajo. Não acredita? Vou provar que sim



No ano passado, ganhei o mundo de aniversário da equipe do InovaDefesa. E, no meu mundo, apliquei pontos pretos para indicar os lugares por onde já passei e pontos verdes para indicar os países para os quais já trabalhei. Somando países com pontos pretos e países com pontos verdes dá mais ou menos 25% do mundo*. Curiosa e tristemente, o número de países com pontos verdes é maior do que o número de países de pontos pretos... mas isso é porque venho me dedicando há vários anos à elaboração de Análise de Risco de Pragas (ARP). Esse é um procedimento necessário para estabelecer requisitos fitossanitários para importação de material vegetal, seja para consumo, transformação ou propagação. Através da ARP, o país importador tem segurança de que o material importado estará seguro quanto à possibilidade de introdução de organismos nocivos como insetos, ácaros, fungos, etc. E é um trabalho super legal, que me apaixonou ainda durante a pós-graduação e que até hoje me realiza muito. Primeiro, pelo aprendizado em si - cada ARP é uma aula sobre um novo setor e sobre um novo país... e sobre um conjunto novo de pragas... e segundo - e principal motivo - porque quando se abre uma nova rota comercial, induz-se o desenvolvimento não só do país importador quanto também do exportador. Nunca vou esquecer, por exemplo, das visitas que fiz aos produtores na província de Manabí, no Equador. A expectativa deles pela possibilidade de exportar ao Brasil de verdade emocionou. Isso foi em 2008, mas é inesquecível.

Em 2009, fiz juntamente com a Danúzia quatro ARPs para importação de castanha-de-caju de países africanos, a pedido do Dr. Cezar Rocha, do Sindicaju. Os requisitos fitossanitários para importação de Gana foram publicados em agosto e, da Nigéria em dezembro do ano passado. Eu não sabia, mas as indústrias brasileiras carecem de matéria prima na entressafra. Falta castanha de caju. Difícil acreditar, né? Mas é verdade... e as indústrias, por falta de matéria-prima, estavam demitindo funcionários. Então, recebi com muita alegria a notícia de que os requisitos para importação de castanha-de-caju da Costa do Marim foram publicados esta semana. Agora é esperar a publicação dos requisitos para Benin e concluir a ARP para Gâmbia. E assim, terei no meu mundinho 6 pontos verdes (Egito, Gâmbia, Benin, Costa do Marfim, Nigéria e Benin) e apenas um ponto preto (África do Sul). Viram só como eu mais trabalho do que viajo??

*não sei por quê, mas lembrei de Pinky e Cérebro enquanto escrevia esta parte...


Imprensa : Aprovada importação de castanha de caju

Enviado por editor em 11/03/2011 (5 leituras)

O Ministério da Agricultura definiu os requisitos fitossanitários para a importação de castanhas de caju (Anacardium occidentale) in natura da Costa do Marfim. “Esses produtos devem ser tratados com gás antes do embarque para eliminar possíveis pragas que ainda não ocorrem no Brasil, garantir a segurança fitossanitária da importação e proteger a agricultura brasileira”, explica o chefe da Divisão de Análise de Risco de Pragas do Ministério da Agricultura, Jefé Ribeiro. As normas foram publicadas no Diário Oficial da União (DOU) dessa quinta-feira, 10 de março, por meio da Instrução Normativa n° 8.

A castanha enviada ao Brasil necessita do Certificado Fitossanitário emitido pela Organização Nacional de Proteção Fitossanitária (ONPF) da Costa do Marfim. Além disso, tem que estar embalada em sacaria nova, de primeiro uso, e estar livre de material de solo e de resíduos vegetais.

Os produtos importados serão inspecionados no ponto de ingresso. Nos casos de detecção de pragas, a organização fitossanitária do país de origem será notificada e o Brasil poderá suspender as partidas até a revisão da Análise de Risco de pragas (ARP). A autoridade competente da Costa do Marfim deverá comunicar ao Ministério da Agricultura quando houver ocorrência de novas pragas no território.

Saiba Mais

A Análise de Risco de Pragas é importante para evitar a introdução de pragas quarentenárias ─ aquelas que não estão presentes no país, mas que, se introduzidas, poderão causar forte impacto econômico. (Kelly Beltrão).


Fonte: Mapa

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