quarta-feira, 22 de junho de 2011

Melhorias na infraestrutura viária e Defesa Agropecuária - dá para conciliar?

A viagem que fiz ao Equador em 2008 foi muito importante, sob todos os pontos de vista. Fiz grandes amigos, pude conhecer a organização de vários setores do agronegócio de lá, visitar propriedades e conhecer o projeto Manta-Manaus, que trata da construção de um eixo multimodal de transporte ligando o porto de Manta, no Pacífico equatoriano a Manaus. Um projeto ousado e que, implementado, possibilitará o incremento significativo no comércio bilateral. E foi por causa desse projeto que uma organização equatoriana contratou a execução de 7 ARPs para frutos e outros produtos equatorianos. Foi muito gratificante realizar esse trabalho e, também, foi o nascimento de uma baita pulga atrás da minha orelha... sim... porque o que entra legalmente, com CFO e todos os requisitos fitossanitários atendidos representa um risco aceitável para o Brasil... mas... ao melhorar a infraestrutura viária, inevitavelmente, vai aumentar o trânsito de pessoas portando mercadorias ilegais, sejam elas insumos ou produtos de origem vegetal e animal. Prá fazer a pulga crescer ainda mais atrás da minha orelha, tomei conhecimento do PAC de infraestrutura, que prevê uma série de rodovias e pontes unindo os estados do Norte do Brasil a países como Guiana Francesa, Bolívia, Guyana, Venezuela e Peru. E, então, para responder a um questionamento do Odilson, fiz um levantamento rápido das pragas quarentenárias ausentes para o Brasil com ocorrência nos países da América do Sul, para que pudéssemos ter um retrato melhor do quanto essas obras poderiam representar um aumento no risco de ingresso de pragas agrícolas.

E foi por isso que, em 2009, fui a Belém para a primeira versão de uma palestra que já apresentei várias vezes, tentando alertar para a presença dessas pragas e o risco que elas representam para nossa agricultura... já ministrei na Bahia, no Rio Grande do Norte, São Paulo, Distrito Federal, Minas Gerais, Roraima... e foi em Roraima que a Rachel viu... e achou que fazia sentido... e então me convidou para apresentar o trabalho numa reunião da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal em Ji-Paraná, RO... resultado = eu falando para a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária do Senado Federal.

Foi interessante pela oportunidade de conhecer o funcionamento de uma reunião do Senado... e também por ter tido a chance de colocar essa pulga gigante que habita o meu pavilhão auditivo há anos para todo o Brasil... foi tudo transmitido ao vivo pela TV Senado, Rádio Senado e pela internet. A apresentação rendeu um release que, ontem, havia sido citado em mais de 10.000 páginas da internet. Vamos ver se minha pulga conseguiu incomodar mais gente por aí... o que eu realmente gostaria de ver é o aspecto sanitário ser considerado no momento de se licenciar uma obra de infraestrutura. Sim, porque da mesma forma que o empreendedor é obrigado a obter uma licença ambiental que avalia os aspectos ambientais e riscos associados, deveria ser obrigado a obter uma "licença sanitária".


Fernando (SFA-R), eu, Ivo Cassol (senador pelo PP-RO), Acir Gurgacz (senador pelo PDT-RO)

Rachel Barbosa, do IDARON. A responsável pelo convite. Many many thanks.
Com equipe do Idaron relaxando após a reunião

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