domingo, 15 de maio de 2011

A Águia da Montanha de Kasuga

Estava revirando uns arquivos antigos e encontrei este texto, escrito em 2007 quando o professor Calegaro (então Reitor da UERGS) me pediu para indicar alguém para concorrer a uma homenagem por ocasião do centenário da imigração japonesa. Indiquei meu bisavô Washizo Sugayama, mesmo correndo o risco de ser acusada de ser parcial... mas... tirando o meu bisavô, eu não conhecia nenhum nihonjin que tivesse feito tanto quanto ele pelos nihonjins no Brasil na geração dele.... enfim... a indicação foi acatada pelo Reitor e o meu bisavô foi homenageado. Ele foi um grande cara. Não o conheci, mas tenho uma admiração muito grande por ele e um orgulho muito grande de ser bisneta dele.


Washizo = Águia, Sugayama = montanha Kasuga (o sobrenome original da nossa família era Kasugayama, mas algum dissidente há uns 400 anos resolveu fundar um ramo novo)


Washizo Sugayama, nascido na região de Fukushima (Japão) em 2 de fevereiro de 1882, filho mais novo de Shinzo e Chioko Sugayama. Casou-se com Sato Sugayama, com quem teve cinco filhos: Motoi, Makoto, Tikai, Wataru e Mamoro, além de uma filha que faleceu logo após o nascimento e que era irmã gêmea de Makoto. Seu primeiro filho (Motoi) também viveu pouco tempo. Veio para o Brasil com aproximadamente 35 anos, com os filhos Makoto, Tikai, Wataru e Mamoro. Estabeleceu-se inicialmente na região de Registro, SP, onde produzia chá e fundou a empresa Chá Ribeira. Residiu também em Araçatuba, SP. Nesta cidade, abriu mais de dez armazéns de secos e molhados, os quais, quando de sua mudança para a capital paulista, passaram a ser administrados por terceiros. Residia à rua Fernão Dias, no bairro de Pinheiros. Durante a II Guerra Mundial (1939-1945), arrecadava e enviava alimentos e dinheiro para vítimas da bomba atômica. Isso lhe valeu uma homenagem concedida pelo Governo Japonês anos depois. Em São Paulo, alojava imigrantes japoneses recém-chegados ao Brasil, aos quais fornecia alimentos até que tivessem condições de se estabelecerem no país. Doou uma casa para estabelecimento de um orfanato no bairro Pinheiros, pelo qual era homenageado anualmente. Fundou o Koi no Sono, um asilo para imigrantes japoneses, onde inclusive residiu por alguns anos. Teve 16 netos e 33 bisnetos. Faleceu em São Paulo, no dia 30 de abril de 1974, aos 92 anos de idade. Seu patrimônio foi dilapidado por maus administradores e não deixou nenhum tipo de legado a seus descendentes. Foi sepultado no jazigo da família no Cemitério do Redentor.

As seguintes pessoas contribuíram com informações biográficas:
Mário Hiroshi Sugayama

Roberto Sugayama

Sumiko Takeda

Youko Kawahara

Ziro Sugayama

Mãe da Mariko (nora)






Washizo nasceu na província de Fukushima. Veio ao Brasil na década de 1920. Trouxe a família (esposa e 3 filhos). Deixou dois filhos no Japão. Chegou em Registro, curta permanência na lavoura e logo se instalou como comerciante. Foi muito bem sucedido no comércio de secos e molhados. Trabalhou também no empacotamento de chá no Vale do Ribeira. De Registro veio para São Paulo onde teve uma loja muito grande com 20 empregados em Pinheiros. Tinha grande tino administrativo. Expandiu seus negócios e abriu filiais e 10 cidades (Marília, Pereira Barreto, Cafelândia, Araçatuba, Lins, Norte do Paraná). Deu oportunidade para filhos, irmãos e sobrinhos. Muito religioso (evangélico), se dedicou a fazer o bem e a caridade. Ajudava patrícios em situação difícil. Depois da II Guerra, ajudou muito o Japão. Em São Paulo, doou terrenos para fazer escolas, igrejas. Posteriormente (Década de 1950) foi convidado de honra da Família Imperial Japonesa, tendo sido hóspede do príncipe Takamatsu (irmão do Imperador Hirohito). Recebeu muitas comendas e honrarias no Japão e gozava de muito boa reputação. Ikoinosono – viveu seus últimos anos aí. Makoto ia lá para ajudar a cuidar.

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