Ainda lembro do riso que me provocou o quadro da Glória Kalil no Fantástico no qual ela falava sobre regras de etiqueta em ônibus lotados. Aquilo me pareceu algo totalmente fora de propósito... pensei 'ela nunca deve ter entrado num trem de subúrbio ou num metrô na estação da Sé às 18h...'... então vamos dar um desconto... agora... o que ela poderia gravar mesmo é um quadro sobre regras de etiqueta em aviao.
O que tem de gente folgada voando é brincadeira. Outro dia, já escrevi sobre uma pessoa que veio chupando macarrão do meu lado a viagem inteira. Nojento. E não pára aí. Tô cansada de ver pais e mães desesperados que não conseguem disciplinar seus pimpolhos hiperativos. Gente grande que fica chutando o nosso assento... tem aos montes... Já viajei de gente que passava soltando pum. Gente, pum no avião... foi de matar... mas de tudo o que já vi de desagradável nesta vida, a mulher de hoje foi campeã.
Ela estava na janela e eu no corredor. Cadeira do meio vazia... quando isso acontece, penso que o assento do meio deve funcionar como um espaçador e que, na medida do possível, seja usado de maneira equitativa pelos dois passageiros... pena que ela não compartilhava dessa opinião. Vocês acreditam que ela deitou nos dois assentos (o dela e o vazio) e que passou a viagem inteira me chutando. Tentei sutilmente empurrar o pezinho fedorento com a perna, não funcionou. Depois de inúmeros chutes, empurrei com a mão. Em vão. Fui pro cantinho do meu assento, fiquei sentada em meia bunda, mas aquela mulher não conhecia o conceito de limite. Deve ter pensado que fiz isso para abrir mais espaço para ela e invadiu o meu banco. Aí cheguei no meu limite e botei uma revista de bordo pra que pelo menos ela chutasse a revista e não a minha perna. A folgada mudou de posição. E claro que continuou me chutando. Nessas horas, não tem o que fazer. Avião cheio, vôo de madrugada. Então parti do princípio de que gente folgada não tem direito a tratamento respeitoso. Peguei a revista, bati no pé dela e falei 'que saco, hein?!!'. Funcionou! Pelo menos consegui dormir uma hora num vôo madrugadão de 3 horas...
Ai, Glória Kalil, se vc pensa que a falta de etiqueta está só nos corredores de ônibus, tá enganada... tem mt gente folgada, espaçosa e prevalecida cruzando os ares. Coloca isso em algum livro, vai, quem sabe a minha e outras madames e senhores de pouca civilidade leiam e repensem seus limites...
Um comentário:
Oi Re!
Gente folgada no voo tem demais, tanto no Brasil como em outros países...
mas no Brasil não é só no avião, os folgados estão espalhados por todos os lugares, ruas, calçadas, dirigindo seus carros, empresas, enfim...
O que falta é um pouco de cidadania, começarem a cuidar de tudo como se fossem donos e, principalmente, respeitar os próximos e parar de pensar só no seu conforto e bem-estar..
Estamos longe disso, mas vamos batalhando...
Beijo, Guga!
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