Não sei ao certo de onde isso vem, mas adoro comer coisas diferentes. Na maior parte das vezes, me dou bem. Outras, não tanto. Mas melhor uma vida com sabores diferentes para lembrar do que comer sempre o mesmo prato. Desta vez, comi o tacacá. Acho que já tinha comido antes, em Belém. Mas não tenho certeza. Esta é a vantagem de ter memória ruim - a gente faz a mesma coisa mais de uma vez e fica achando que é sempre a primeira vez.
O tacacá é feito com tucupi, leva goma de tapioca, camarão seco e jambu. O jambu (Acmella oleracea) é uma folhinha que anestesia a língua e que me lembro de ser bastante presente na culinária do Pará por causa de alquilamidas. Dizem que as folhas têm propriedades anestésicas, digestivas e diuréticas.
Agora, já posso dizer que comi tudo o que Ney Matogrosso canta em 'Não existe pecado ao sul do Equador': Deixa a tristeza prá lá, vem comer, vem jantar sarapateu, caruru, tucupi, tacacá... Ê Brasilzão maravilhoso cheio de sabores e receitas!
Sobre o Tacacá (Wikipedia)
Tacacá é uma iguaria da
região amazônica brasileira, em particular do estado do
Pará. É preparado com um caldo fino e bem temperado geralmente com sal, cebola, alho, coentro do norte, coentro e cebolinha, de cor amarelada, chamado
tucupi, sobre o qual se coloca goma de
tapioca, também conhecida como
polvilho,
camarão seco e
jambu. Serve-se muito quente, temperado com
pimenta, em
cuias. O tucupi e a tapioca (da qual se prepara a goma), são resultados da massa ralada da mandioca que, depois de prensada para fazer farinha, resulta num líquido leitoso-amarelado. Após deixado em repouso, a tapioca fica depositada no fundo do recipiente e o tucupi na sua parte superior.
Sua origem é dos indígenas paraenses e, segundo
Câmara Cascudo, deriva de um tipo de sopa indígena denominada
mani poi. Câmara Cascudo diz que “Esse
mani poí fez nascer os atuais tacacá, com caldo de peixe ou carne, alho, pimenta, sal, às vezes camarões secos.”.
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Tacacá na Praça São Sebastião |
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Pirarucu a Delícia |
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Tapioca com castanha-do-brasil |
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